terça-feira, maio 13, 2008

sessão de ayahuasca

Essa sessão foi um presente pra mim.

Recebi flores. Tive pessoas queridas ao meu lado. E finalmente veio a capacidade de conciliar meu corpo com a minha mente – pelo menos durante a sessão. Sem jogos de perder e ganhar. Não, eu não sou um computador que controla um corpo: eu sou isso aqui tudo. Inteirinha.

Recebi com tanta felicidade o presente que é estar presente no mundo, ainda mais nesse mundo! Ser e pertencer a um universo inteiro, do qual sou eu o centro do tempo, o centro do espaço. Coisas infinitas demais pra serem explicadas.

Eu só queria te contar
Que fui lá fora e vi dois sóis um dia e a vida que ardia sem explicação


Nada disso costuma ser importante pros outros, pelo menos não na mesma intensidade de quem relata. Aquela coisa da experiência versus a informação: o legal é pular no rio e sentir o frio, não simplesmente ter a informação de que o rio é gelado e ficar parada. Por mais que se converse sobre a experiência do chá, a busca é sempre muito particular e nenhum relato pode substituir a vivência – e nem pretende.

Mas não deixa de ser importante dividir.

Nessa sessão, pela primeira vez dividi minhas sensações com quem podia me ouvir. Consegui dar uma fala. Levantei, parei a música e falei. E falar me esvazia tanto... Faz um bem enorme, por si só.

Engraçado que a sessão foi bem no dia em que eu entrei no meu inferno astral, 3 de maio, mas mesmo assim potencializou todas as coisas boas que estou vivendo - e que se mantém até agora, dez dias depois. Meu amor (que não está no outro, está em mim!), minhas atitudes, meu caminho...

A ponte não é para ir nem pra voltar
a ponte é somente atravessar
caminhar sobre as águas desse momento

E as águas desse momento estão mais claras do que nunca.

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