domingo, outubro 12, 2008

Alguma espécie de Morte

Quando virei a esquina, uma senhora francesa e estranha segurando um saco plastico me viu como se me reconhecesse e tivesse finalmente me encontrado. Quase irritada, no tipo de irritação francesa, ela estava em busca de um carro no Carrefour e me perguntou aonda eu ia. Eu disse que era ao museu e ela, sem hesitar: Mas é um minuto. E começou a me levar pelo braço.

Andei de braço dado com ela, e o toque da pele dela na minha era pesado e desagradavel. A velha atrevessava a rua sem nenhum medo ou cuidado, e sempre dizia que estava perto, mas nunca chegava. Me perguntava coisas, respondia outras, ria e reclamava do frio...Tudo em frances, e eu podia entender a maior parte.

De repente eu soube que se eu não fosse logo ao museu ele fecharia, apesar de eu não saber nem as horas, nem o horario de fechamento. E aquela velha me puxando na direção oposta pelo braço, comecei a ficar angustiada e interrompi a marcha. Ela me perguntou se eu estava cansada, e eu dei um jeito de ir embora.
Tive o tempo exato para ver o museu, que fechou pontualmente às 17h. Ela me tratou como se me conhecesse desde sempre.

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