quinta-feira, dezembro 25, 2008

Livre-arbítrio

cada poesia
abre e fecha o registro
o relógio de água da minha vida
que corre em contagem regressiva
máquina: um dia pifa
isso se eu não acabar com tudo antes.

lentamente pego caderno e lápis
caneta não
a sensação só me transita
já não escrevo com rapidez
hoje minha avidez não é aflita

ponho a cama nas costas
a cabeça nas nuvens
o corpo em mãos
e curto a sensação que não tem palavras

não sou máquina não
sou vida, enquanto houver vida
sou descontrole
descabida
não caibo em mim
de tanto amor
de tanta dor
hora calma
hora aflita
explodindo em pequenos gozos de fogos de artifício
ao longe, sacrifício
de perto, suplício
por vida, mais vida, mais e mais vida

logo caminho, o meu pra mim
o teu pra ti, o dele pra ele
vida, até a morte
escolho a escolha
junto com a sorte
conheço meu destino nos olhos dos outros
mas sou como poucos
só aceito meus karmas
munida das minhas armas

4 comentários:

Ana disse...

Nossa! Gostei!

Caio Liudvik disse...

PROFISSÃO DE DEUS
(Paulo Leminski)

quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento

Ana disse...

eu tinha desaparecido mesmo, mas voltei. vai estar em mauá semana que vem?

ni disse...

que riqueza!
fui eu que escrevi... em você
você escreveu da vida
você escreveu
você vive
em viver