quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Universos Paralelos

O dia estava rico de personalidades.

A garota que vendia e roubava livros ficava entre a curiosidade pelo que era gostoso e a curiosidade pelo que era desgostoso, analisando cada fato com cuidado e pretensão de escritora que era.
Tinha a personalidade do garoto popular e cheio de experiência, a personalidade do cara meia-idade que ainda vive com a mãe, da garota estudante cheia de energia boa, e do velho rabugento que só aceita conversar com quem fala a mesma língua que ele: a dos universos paralelos. Eles todos já sabem de tudo.
Quando, depois de o velho insistir em perguntar se a garota sabia da 4ª dimensão, se ela ao menos acreditava na 5ª dimensão, sem nenhum tipo de explicação a respeito do que isso queria dizer pra ele, a garota respondeu que as dimensões ainda não haviam lhe feito nenhuma jura pra que ela acreditasse ou desconfiasse. O velho se fechou em sua arrogância de velho e pediu que a garota não lhe tomasse por arrogante.

Ela aprendeu nonsense sem ler Beckett.

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